segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Migração de Aves

As migrações são fenómenos voluntários com caracter periódico, em limites de espaço e tempo significativos em relação ao tamanho e à duração da vida da espécie.
            Excluem-se assim, os movimentos como o plâncton animal ou como os que se fazem na busca quotidiana de abrigo.
            Os factores determinantes que levam os animais a migrarem são a busca de fontes de alimento e condições meteorológicas favoráveis para a reprodução.
            Por vezes, devido a vários factores fora do normal, como alterações climáticas, podem-se verificar migrações definitivas.
            No caso das aves, para além dos factores já referidos, pode observar-se um aumento das várias hormonas que iniciam o processo pré-migratório onde se pode observar a engorda e o crescimento das gónadas.
            Durante as migrações algumas aves orientam-se através da extraordinária capacidade de reconhecimento das características topográficas, como rios, arvores, costas, cadeias de montanhas, etc. Em algumas espécies a deslocação diurna é orientada principalmente pela posição do sol e a nocturna pelo eixo estrelar de rotação. Extraordinariamente ainda existem outras espécies que se orientam através do campo magnético terrestre. Este facto foi comprovado através da exposição a campos magnéticos artificiais.
            Pode ocorrer nas aves a mudança de modo como se orientam quando as condições climatéricas, ou outras, não estão favoráveis. As aves com mais idade, mesmo quando recolhidas e soltas em outros locais conseguem orientar-se, mudar a rota e chegar ao destino, já o mesmo por vezes não acontece às aves ainda bastante jovens devido a ainda não terem o sentido de orientação devidamente apurado.
            Para as aves conseguirem finalizar as suas migrações necessitam para além do sentido de orientação, de várias estratégias, tais como: voar apenas de noite, evitando assim os predadores, acumular reservas de gordura para que lhes permita efectuar trajectos mais longos sem paragens, ou como os passiformes que percorrem pequenas distâncias diárias, parando frequentemente para se alimentarem, ou ainda como as aves planadoras, que tiram partido das correntes térmicas ascendentes que se formam sobre as massas continentais e que lhes permitem deslocarem-se gastando menos energia. 

As aves planadoras, como os grous, as cegonhas e as aves de rapina diurnas, são aves que utilizam essencialmente o voo planado, deslocando-se durante o dia de maneira a aproveitar a força impulsora criada pelas correntes marítimas, que mais especificamente são correntes de ar aquecido pela energia solar que sobem graças à diminuição da densidade do ar. Podemos exemplificar este fenómeno com o exemplo de um balão de ar quente. Este fenómeno permite a estas aves percorrerem longos caminhos com um dispêndio mínimo de energia.
A dependência das correntes térmicas varia de espécie para espécie e está directamente relacionada com a superfície alar, o que significa que quanto maior for a asa, maior é a área de impulso, logo, menor será o esforço físico.
Um aspecto negativo para estas aves, é o facto de terem de evitar de fazer grandes deslocações sobre a água, devido à intensidade das correntes térmicas ser bastante inferior sobre as grandes massas liquidas. Assim sendo, poucas centenas de quilómetros que separam dois continentes podem constituir um fardo muito pesado para estas aves, dado isso, as mesmas tendem a concentrar-se em locais estratégicos onde a distância entre dois continentes é menor.
Estas aves têm como preferência habitats em mosaico, como bosques, matagais, terrenos lavrados, pastagens e florestas. Utilizam árvores de grande porte, encostas e penhascos como poiso para refúgio. Algumas espécies podem ainda frequentar águas pouco profundas, aterros sanitários, portos, etc.
Outra espécie de aves, e não menos importantes são as aves marinhas. As aves marinhas podem pelágicas, costeiras, ou em alguns casos passar uma parte do ano sem ser no mar. Alimentam-se tanto na superfície como também abaixo dela e, geralmente nidificam em terra.
Muitas destas aves são conhecidas por efectuarem grandes migrações anuais, atravessando o equador ou até mesmo dando a volta á terra.
            Um belo exemplo de uma ave marinha migratória é o pinguim imperador, que na chegada do inverno migram para terra firme na Antárctida, onde nidificam, migrando novamente em busca de alimento no oceano, não só pare eles, como para as suas crias, que os esperam em terra firme. Estes caminhos são longos e com muitos obstáculos devido às baixas temperaturas e aos predadores que os aguardam.
As aves migradoras são protegidas através de varias entidades, mas mesmo assim estão ameaçadas por inúmeras situações entre as quais a destruição e degradação dos habitats, a utilização de químicos mortais na agricultura, a redução da disponibilidade de alimentos, a instalação de parques eólicos (incluindo a construção destes), a colisão e electrocussão em linhas aéreas de distribuição e transporte de energia eléctrica, a contaminação das águas, a perturbação humana e o abate ilegal.
Todos os animais migram voluntariamente e que todos eles têm em comum os mesmos objectivos nessas longas jornadas: a busca de alimento e a reprodução da espécie.

Conclusão

 As aves possuem uma excelente capacidade de orientação e adaptação, utilizando vários meios e estratégias.
 Existem várias espécies de aves espalhadas por todo o nosso planeta, tendo habitats variados e distintos.
Em geral, as migrações das aves são muito atribuladas e de longa duração, contribuindo para tal vários factores.
Estes animais merecem a nossa consideração e respeito, dado que muitos deles se encontram ameaçados por inúmeras situações.
António Machado

Sem comentários:

Enviar um comentário