quinta-feira, 5 de julho de 2012

A Ruptura dos Dogmas - Galileu



Todas as religiões têm pontos fundamentais e indiscutíveis que são chamados dogmas, em que as pessoas acreditam apenas pela fé e não os põem em causa, simplesmente os aceitam.

Especialmente no sistema cristão esses pontos fundamentais onde se baseiam essas crenças são defendidos por teólogos com afirmações de que esses verdades só podem ser entendidas por aqueles que são iluminados pelo espírito santo sendo isso também mais um dogma cristão.

Todos os que não aceitam ou não acreditam nesses conceitos são rotulados de infelizes que não receberam as graças de Deus ou que não conheceram a jesus. Por essa razão são criados novos dogmas para defender os dogmas já existentes.

Todos nós nos perguntamos quando e que esses dogmas são verdadeiros e se necessitamos dele? Será que a verdade tem que ser dogmatizada? Se a verdade estiver dogmatizada será que isso e bom? E será que realmente precisam dos dogmas?

Foi durante o sec.XVII que alguns teólogos desejavam uma confirmação sobre algumas teorias religiosas que eram tradicionalmente e forçosamente aceites a cerca de 1500 anos e para conseguirem isso ajudaram a desenvolver a ciência que utilizava uma nova maneira de pensar mais apurada em busca da verdade.

Essa nova ciência não só não comprovou como ainda contestou alguns dogmas centrais da igreja. Esses teólogos tinham duas opções aceitar as novas evidências ou ignora-las e reafirmar que as escrituras foram reveladas por deus e continuar como estava isso resultou na ruptura entre a velha religião e a nova ciência.

Por tratarem de assuntos da mesma natureza diferem totalmente em relação á forma de conhecimento métodos e a mentalidade.

A mentalidade religiosa é completamente oposta á ciência, que se baseia no que e racional a mentalidade religiosa tem uma atitude passiva pois espera uma resolução milagrosa dos problemas.

Nas diversas religiões existem varias afirmações que são aceites e sem serem postas em causa tal como a reencarnação do buda, o criacionismo ou a ressurreição de cristo pois nas diversas religiões os dogmas são verdades absolutas reveladas pelo ser divino portanto não podem sequer ser postas em causa.

As divergências da religião e a ciência podem se resumir ao cepticismo versus crença e analisando essa divergência notamos que tal desacordo fundamental não são as conclusões mas sim a maneira de chegar até ela.

Na ciência parte se do princípio de uma questão e através da razão da lógica e de experiências tentando chegar a uma conclusão. O princípio da ciência é “o poder do conhecimento está na evidência e na razão, que são sujeitos a erros “por isso a verdade é relativa e qualquer teoria pode ser sempre melhorada modificada ou mesmo anulada.

A ciência admite que não e infalível que é imperfeita por isso progride e se afasta dos dogmas pois tudo é analisado com cepticismo, pois uma teoria que não passe num exame céptico não pode ser verdadeiro.

Os métodos de investigação religiosa soa totalmente diferentes da ciência pois a religião já parte de uma conclusão. Pois o poder do conhecimento é dado a alguém ou a um livro que alegadamente tem poder de verdade imutável e universal que vai justificar a sua fé desviando se da logica e da razão ou de qualquer coisa que diga que não e bem assim e que a sua opinião é inválida, as autoridades religiosas quer sejam pessoas ou entidades são responsáveis por defender essa verdade com suas armas o medo a crença arbitrária e o irracionalismo.

Na ciência já não e bem assim não existem dogmas mas sim um conjunto de leis e teorias que são fundamentados em fenómenos naturais. E ao assumirem se como comunidade científica diz que aceita como praticamente verdadeiros os conhecimentos científicos e praticamente porque admitem que a ciência pode conter erros por isso são passiveis de ser rejeitadas e ou aperfeiçoadas no futuro.

Galileu Galilei nasceu em Pisa em 15 de Fevereiro de 1564 e morreu em Florença a 8 de Janeiro de 1642 foi físico e matemático astrónomo e filósofo italiano.

Este senhor foi fundamental na revolução científica pois desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, melhorou significativamente o telescópio refractor com o qual descobriu as manchas solares, as montanhas da lua, as fases de Vénus quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de saturno e as estrelas da via láctea.

Estas descobertas foram decisivas na defesa do heliocentrismo. Foram essas e muitas outras descobertas e o corte com o método aristotélico deram- lhe o nome de “pai da ciência moderna”.

Galileu foi um dos excelentes alunos da escola dominical de Vallembrosa e teve mesmo a intenção de ingressar no monastério mas seu pai não lhe permitiu, depois estudou matemática mas também não finalizou o curso.

Durante o curso de medicina que ele descreveu descobriu o isocronismo do pêndulo chegando a conclusão de que o seu período não depende da massa, mas sim apenas do comprimento do fio.

Foi em Pisa que realizou as suas experiências mais conhecidas da queda de corpos em planos inclinados nas quais demonstravam que a velocidade não depende do peso foi com essas mesmas experiências que se aproximou do que seria mais tarde conhecida como a primeira lei de Newton.

Embora não tenha sido ele o inventor do telescópio mas foi o primeiro a fazer uso científico dele.

Foi ao usar o telescópio e a fazer observações astronómicas com ele descobriu assim que a via láctea é composta de miríades de estrelas e que afinal não era uma emanação como se pensava na altura, e outras. Todas essas descobertas foram feitas em Março de 1610 e comunicadas num livro (“ o mensageiro das estrelas “) em Março do mesmo ano em Veneza.

A observação dos satélites de Júpiter levaram-no a defender o sistema heliocêntrico de Copérnico.

A repercussão das suas descobertas astronómicas foi imediata, a quando da sua publicação do sidereus nunciusele foi nomeado matemático e filosofo grã-ducal, sem obrigação de ensinar.

A publicação do seu trabalho trouxe não só reconhecimento como também trouxe várias polémicas. Com a acusação de se ter apossado de uma descoberta que não era sua (telescópio) todas as suas descobertas foram postas em causa.

Quando foram novamente avaliadas as suas descobertas um dos avaliadores de nome Cremonini recusou se a olhar mesmo pelo telescópio enquanto o matemático bolonhês António Magini (que viria a ser o inspirador da acusação contra galileu) sem negar a utilidade do instrumento, defendeu a inexistência das descobertas.

Mais tarde Magini e outro astrónomo do vaticano (Christoph Clavius) mudaram de ideias. Inicialmente havia afirmado que as descobertas não passavam de ilusões de óptica criadas pelas lentes que foi na época muito difícil de contradizer pois as lentes não só aumentavam como desfocavam as imagens.

Em 1611 Galileu foi chamado a Roma para que apresenta se as suas descobertas ao colégio romano dos jesuítas entre os quais se encontrava o futuro Papa Urbano VIII do qual ficou amigo e o cardeal Roberto Bellarmino que vem a reconhecer as suas descobertas.

O que Galileu não sabia que a 19 de Abril o cardeal Roberto Bellarmino havia encarregado os matemáticos vaticanos de fazer uma relação sobre as novas descobertas feitas por “um valente matemático por meio de um instrumento chamado canhão ou melhor óculos” e que a Congregação do santo oficio no dia 16 de maio decidiu questionar as relações que haveria entre Galileu e Cesare Cremoni que em tempos tinha sido suspeito heresia pela inquisição de Pádua.

Em Março de 1614 completou os estudos sobre o método para determinar o peso do ar calculando o seu peso como mínimo mas diferente de zero.

De facto o ar é cerca de 760 vezes mais leve que a água mas os estudiosos da época pensavam que o ar não tinha peso nenhum.

Foi entre 1613 e 1615 que Galileu algumas cartas (as famosas carnas copérnicas) nessas cartas Galileu falou sobre as suas descobertas inovadoras que criaram um grande escândalo nos meios conservadores da época.

Criou uma divisão de apoiantes e opositores nas principais universidades de Itália, as mais polémicas são as que transcrevem alguns passos da Bíblia que eram interpretados a luz do heliocentrismo para o qual Galileu ainda não tinha provas científicas conclusivas foi ai que começou um problema bem grande para gGalileu.

Em 1616 a inquisição disse que a teoria heliocêntrica que dizia que o sol é o centro imóvel do universo era uma heresia e que a terra se move essa estava teologicamente errada contudo nada fora dito a nível científico.

Foi então proibido falar de heliocentrismo como uma realidade física mas só se podia falar disso como sendo uma hipótese matemática.

Galileu foi novamente convocado a Roma para expor os seus novos argumentos tendo assim oportunidade de defender as suas ideias perante o tribunal do santo oficio dirigido por Roberto Bellarmino que decidiu não haver provas suficientes para concluir que a terra se movia e por isso aconselhou Galileu a abandonar a defesa dessa teoria excepto como ferramenta matemática para descrever os movimentos dos corpos celestes mas galileu insistiu em ir mais longe nas suas ideias foi então proibido de divulgá-las ou ensiná-las.

Num livro que escreveu posteriormente dedicado ao novo papa que era seu amigo coloca em causa muitas ideias de Aristóteles sobre o movimento uma delas é sobre os corpos pesados que caem mais depressa que os leves. Defendeu que os objectos tanto os leves como os pesados caem com a mesma velocidade na ausência de atrito.

O livro era também uma resposta a uma polémica em que defendia o modelo cosmológico segundo a qual a terra era o centro do universo segundo o qual a terra estava fixa no centro mas que os outros planetas e astros giravam em torno do sol que por sua vez girava em torno da terra.

Foi neste contexto que Galileu escreveu mais um livro que defendia o sistema heliocêntrico.

O papa sugeriu que Galileu escrevesse um livro em que o hélio e o geocentrismo fossem tratados de igual modo e que as suas opiniões fossem igualmente defendidas e aceitou dar -lhe o Imprimatur caso fosse esse o caso.

Em 1630 já com a obra terminada foi até ao Vaticano apresenta-la ao papa. Este fez apenas uma breve leitura e entregou o compendio aos censores do vaticano para avaliar se estava de acordo com o decreto de 1616, mas devido a instabilidades das coisas e em particular a ignorância dos censores em astronomia levaram a um atraso significativo na avaliação da obra porque na verdade o livro voltava a encalhar em aspectos dos defensores do geocentrismo.

Galileu era um cristão fervoroso mas tinha uma personalidade conflituosa e viveu numa época atribulada em que a igreja católica era bastante rígida com a doutrina para fazer frente a reforma protestante.

O papa sentiu que tinha sido ultrapassado a aceitação e convocou galileu a Roma para ser julgado mas apesar de galileu estar já bastante doente enfrentou um longo julgamento foi condenado a renunciar publicamente as suas ideias e á prisão por tempo indefinido. Os seus livros foram todos censurados e proibidos e isso só aconteceu porque atreveu-se a quebrar com os dogmas e ao enfrentar a inquisição sofreu as consequências.
Mas apesar de tudo conseguiu publicar os seus livros e fazer algumas experiência nos Países Baixos, que já não estavam sob a lei da igreja católica pois o protestantismo já a tinha substituído, mostrando assim como a quebra dos dogmas pode ser aceite por uns mas criticada por outros.

Helena Marecos

Dogma e conceitos - Darwin



Dogmatismo é um termo usado pela filosofia e pela religião.
Dogmatismo é o pensamento que afirma a capacidade do homem de atingir a verdade absoluta e indiscutível. Na religião, corresponde ao conjunto de dogmas (pontos fundamentais e indiscutíveis de uma crença). O nome vem do termo grego dogma, que significa opinião. Esta opinião não deve ser entendida em seu sentido comum, como uma afirmação impensada; podemos definir as opiniões de um filósofo como sua doutrina, ou seja, afirmações que se referem a princípios através dos quais é possível alcançar verdade e conhecimento absolutos.
Segundo a doutrina católica, o Genesis, ao narrar que o mundo foi criado em seis dias por Deus, quer acima de tudo revelar à humanidade o valor dos seres criados e a sua finalidade de louvor e serviço a Deus.
O princípio da evolução postula que as espécies que habitaram e habitam o nosso planeta não foram criadas independentemente, mas descendem umas das outras, ou seja, estão ligadas por laços evolutivos. Esta transformação, denominada evolução das espécies, foi apresentada e explicada satisfatoriamente por Charles Darwin, no seu tratado “A Origem das Espécies”, em 1859.




Segundo a pesquisa de Darwin, todos os seres vivos se modificam ao longo de milhões de anos, desenvolvendo e adaptando-se ao meio em que vivem ou extinguindo-se.
A base da evolução biológica é a existência da variedade, ou seja, as diferenças individuais entre os organismos de uma mesma espécie. Na grande maioria das vezes, os indivíduos produzem uma grande quantidade de descendentes, dos quais apenas uma parte sobrevive até a fase adulta.
Os indivíduos que apresentarem características vantajosas para a sua sobrevivência, como por exemplo, maior capacidade de conseguir alimento, maior eficiência reprodutiva, maior agilidade na fuga de predadores, têm maior chance de sobreviver até a idade reprodutiva, na qual irá passar estas características individuais vantajosas à prole. Isto ocorre porque todas as características estão imprensas nos genes do indivíduo. Este é o princípio da seleção natural de Darwin.
Darwin mostrou que a seleção natural tende a modificar as características dos indivíduos ao longo das gerações, podendo gerar o aparecimento de novas espécies.
A partir desta teoria pode-se estudar sob o aspeto evolutivo todo o parentesco entre os seres vivos da Terra, o que culminou em uma árvore genealógica da vida.
O conceito da evolução era não somente uma ruptura completa na história do pensamento humano, mas permanece como um dos pilares da biologia moderna. A originalidade das ideias de Charles Darwin transformou-o num dos maiores génios da humanidade.
Apesar da grande controvérsia que marcou a publicação do trabalho de Darwin, a evolução por seleção natural provou ser um argumento poderoso contrário às noções de criação divina e projeto inteligente comuns na ciência do século XIX.
A ideia de que não mais havia uma clara separação entre homens e animais faria com que Darwin fosse lembrado como aquele que removeu o homem da posição privilegiada que ocupava no universo. Para alguns de seus críticos, entretanto, ele continuou sendo visto como o "homem macaco" frequentemente desenhado com um corpo de macaco.
“Quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha?”
“Se o homem veio do macaco, por que os macacos de hoje não viram homens?”
“Por que as espécies animais se diferenciam nas diversas partes dos planetas?”
Estas e outras perguntas nos inquietam quando o assunto é a origem das espécies.




Charles Darwin, nasceu em 1809 em Shrewsbury/Shropshire, Inglaterra, em uma família tradicional de médicos.
Estudou medicina de 1825 a 1828 na Universidade de Edimburgo quando abandonou suas pretensões médicas para estudar para a igreja no Christ College.
Por sua teoria, Darwin entrou em conflito direto com a igreja.
Somente em 1996, o Papa João Paulo II assinou uma encíclica pedindo desculpas formais a Darwin e sua família, aceitando a teoria da Evolução como fato  compatível com o cristianismo.



Maria Natália Almeida

Dogmas Religiosos





Todas as religiões têm pontos fundamentais e indiscutíveis aos quais chamamos de dogmas. Dogma é uma verdade, absoluta, definitiva, imutável, infalível, inquestionável e absolutamente segura sobre a qual não pode pairar nenhuma dúvida. Uma vez proclamado solenemente, nenhum dogma pode ser revogado ou negado. Assim sendo, os dogmas constituem a base inalterável de todas as religiões e qualquer crente é obrigado e/ou dissuadido a aderir, aceitar e acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável.

Existem milhares de dogmas espalhados pelas diferentes e mais variadas religiões existentes por todo o mundo. Dentro da religião católica romana existem vários dogmas, podendo ser divididos por diferentes categorias, tais como:

·        Dogmas sobre Deus

·        Dogmas sobre Jesus Cristo

·        Dogmas sobre a criação do mundo

·        Dogmas sobre o ser humano

·        Dogmas marianos

·        Dogmas sobre o Papa e a Igreja

·        Dogmas sobre os sacramentos

·        Dogmas sobre as últimas coisas

Não mencionarei todos os dogmas, mas referirei alguns de cada categoria acima mencionada.

Nos dogmas sobre Deus, posso dar como exemplo os seguintes:
  • A Existência de Deus - "A ideia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhecê-lo com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra."
·        A Unidade de Deus - "Não existe mais que um único Deus."
·        Deus é Eterno - "Deus não tem princípio nem fim."
·        Santíssima Trindade - "Em Deus há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência divina que é numericamente a mesma."

Nos dogmas sobre Jesus Cristo posso salientar os seguintes:
·        Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus. - "O Pai celestial quando chegou à plenitude, enviou aos homens o seu Filho, Jesus Cristo."
·        Cristo resgatou-nos e reconciliou-nos com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz - "Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz na sua morte, para conseguir-nos o eterno perdão."
·        Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso de entre os mortos - "ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, levantou-se do sepulcro."
Nos dogmas sobre a criação do mundo e sobre o ser humano, e estes que especialmente entram em conflito com a ciência, mencionarei os seguintes:
  • Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada - Deus criou o mundo e tudo o que nele existe, começando assim a vida na terra.
·        Criação do ser humano – Deus criou o homem à sua imagem. Começou por criar Adão e, seguidamente Eva, através de uma costela de Adão.
·        O homem é formado por corpo material e alma espiritual - O humano é constituído por corpo e alma.

Sobre os dogmas marianos, ou seja, dogmas sobre Maria, é de salientar os seguintes:
·        A Perpétua Virgindade de Maria - "A Santíssima Virgem Maria é virgem antes, durante e depois do parto de seu Divino Filho, sendo mantida assim por Deus até à sua gloriosa Assunção."
·        Maria, Mãe de Deus - "Maria, como uma virgem perpétua, gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o sujeito nascido não tem uma natureza humana, mas sim o suposto divino que a sustenta, ou seja, o Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem."
  • A assunção de Maria - Maria foi assunta em corpo e alma para a glória celeste após o término de sua vida terrena
Nos dogmas sobre o papa e a igreja podemos dar como exemplo os seguintes:
·        A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo - "Cristo fundou a Igreja, e estabeleceu os fundamentos substanciais da mesma, no tocante a doutrina, culto e constituição."
 
·        A infalibilidade papal - O Papa em comunhão com o Sagrado Magistério, quando delibera e define solenemente algo em matéria de ou moral (ex cathedra), está sempre correto. Isto porque, na clarificação solene e definitiva destas matérias, o Papa goza de assistência sobrenatural do Espírito Santo, que o preserva de todo o erro.
Sobre os dogmas sacramentais, vou referir os seguintes:
·        O batismo - É o sacramento através do qual o Sacrifício Pascal de Jesus Cristo se aplica às almas, tornando-as membros da Igreja e abrindo o caminho da salvação eterna.
·        A Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária para a salvação - "Basta indicar a culpa da consciência apenas aos sacerdotes mediante confissão secreta."
Por último, os dogmas sobre as últimas coisas:
·        A Morte e sua origem - "A morte, na atual ordem de salvação, é consequência primitiva do pecado."
·        O Purgatório - "As almas dos justos que no instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por penas temporais devidas pelo pecado vão ao purgatório. O purgatório é estado de purificação."
·        O Céu (Paraíso) e o inferno – "As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda culpa e pena de pecado entram no céu, as que na mesma altura se encontrarem em situação adversa serão condenadas através da ida para o inferno".
Os pontos fundamentais que sustentam estas crenças são defendidos com afirmações de que as mesmas só podem ser entendidas por aqueles iluminados pelo espírito santo, sendo isto também um outro dogma cristão.
Isto é útil para afastar os questionamentos daqueles que não estão em consonância com essas ideias, pois estes não receberam as graças de Deus. É bem sofisticado e engenhoso defenderem dogmas com outros dogmas. Se aquele que não acredita no dogma não pode questioná-lo, quem o fará?
Estes dogmas têm vindo a serem usados pelos líderes das religiões de forma a “controlar” os seus crentes e influenciar os não crentes. Por definição, quem crê dispensa a necessidade de pensar mais sobre o assunto.
Outro fator da existência de muitos dogmas é a necessidade que o ser humano tem de acreditar em algo. O homem, em momentos de maior angustia e aflição, principalmente quando a ajuda humana já não é possível, recorre às forças divinas como última instância.
É devido a estes e outros fatores que os dogmas religiosos têm vindo e continuarão a perpetuarem-se no tempo.
António Machado

Charles Darwin


Charles Darwin nasceu em Inglaterra, em 1809.

Inicialmente, seguindo as pisadas do pai, enveredou pela carreira médica e depois, a teológia  que também interrompeu.
A situação abastada da família permitiu-lhe cultivar os seus interesses naturalistas, que demonstrara desde pequeno. Em 1831, Darwin teve a oportunidade de fazer uma viagem como naturalista a bordo do navio inglês “ Beagle” que no seu percurso á volta do mundo, havia de parar também nas costas da América meridonal e nas ilhas Galápogos.


A viagem a bordo do “Beagle” foi fundamental para Darwin; quando regressou a Inglaterra, tinha regisado uma quantidade enorme de observações e de dados que constituíram o fundamento da sua teoria da evolução, exposta em 1859, no livro “A Origem das Espécies”.


A teoria da evolução partia da constatação de que todos os seres vivos são diferentes e que algumas características podem beneficiar ou prejudicar os indivíduos que as possuem, garantindo-lhes melhores condições de sobrevivência. Na contínua “luta pela existência” são beneficiados os indivíduos que possuem aquelas pequenas variações capazes de os favorecer, enquanto outros sucumbem. O ambiente exerce, pois, uma contínua” seleção natural”, sobrevivendo os organismos que apresentam as melhores características, ou seja, os mais adaptados. Estes transmitem as adaptações eficazes aos seus descendentes, que passam a diferir dos seus progenitores.




A descoberta dos mecanismos da evolução biológica permitiu unificar

os vários domínios das ciências da vida, pelo que, poucos anos após a publicação dos estudos de Darwin, houve mesmo tentativas de aplicar as leis da evolução ao campo social e económico. O Darwinismo social,

por exemplo, interpretou as diferenças sociais numa base biológica, chegando muitas vezes a resultados bastante discutíveis.

Darwim estudou muitos fósseis de animais e de vegetais que lhe
forneceram provas da evolução, isto é, animais e plantas tinham mudado ao longo dos tempos e que entre os exemplares vividos no passado e os atuais existia um parentesco comum. O parentesco entre o homem e o macaco, a base da teoria evolucionista de Darwin, escandalizou muitos dos seus contempôraneos.




Este estudioso era muitas vezes ridicularizado em vinhetas que o representavam com parecenças simiescas ou em comportamentos de grande familiaridade com os macacos.
A maior parte das observações de Darwin data dos primeiros três anos e meio em que o “Beagle” contornou a costa da América do Sul e se dirigiu  às ilhas Galápagos. Nas ilhas Galápagos, Darwin apercebeu-se de que os tentilhões de cada uma das ilhas apresentavam bicos ligeiramente diferentes uns dos outros.


Admitiu assim, a hipótese de que estes deviam ter um antepassado comum, cujos descendentes teriam evolluído desenvolvendo bicos e hábitos diferentes. Surgia assim a teoria da evolução.
Darwin estabeleceu ainda numeroros contatos com os habitantes dos lugares que visitou, como no caso dos chamados “Gigantes da Patagónia”
Visitou em 1834 a terra do Fogo, situada na extremidade da América do Sul. Nas ilhas Falkland Darwin tomou muitos apontamentos sobre a flora e a fauna destas ilhas, na Austrália e Nova Zelândia Darwin  examinou a estrutura geológica das costas. Darwin morreu em 1882.

Maria Anabela Coimbra



ISAAC NEWTON


Isaac Newton Nasceu no dia 25 de Dezembro de 1642, ano em que Galileu faleceu.
O pai morreu pouco antes do seu nascimento e a mãe voltou a casar-se quando ele tinha 3 anos, foi por isso criado com a avó e frequentou a escola em woolsthorpe.
Com apenas catorze anos a sua mãe viúva pela segunda vez regressa a woolsthorpe com os três filhos do segundo casamento e Newton è encarregue de ajudar na gestão dos negócios da família o que não lhe agradou, por isso o seu tempo era dividido entre os livros e a construção de entretenimentos engenhosos como um moinho de vento ou um relógio de água.
Um tio materno apercebe-se do seu extraordinário talento e convenceu a mãe de Newton a matriculá-lo em Cambridge. Newton instalou-se então em casa de um farmacêutico da vila enquanto se preparava para ingressar em Cambridge e ai conheceu uma rapariga de nome Storey por quem se apaixonou e por quem ficou noivo, não chegando a casar devido a sua crescente absorção pelo trabalho, Newton nunca casou.


O desenvolvimento intelectual de Newton deve-se a vários factores, em particular á leitura exaustiva de vários exemplares tais como Euclides, Oughtread, Descartes, Kepler Viete e Wallis, em 1663 assistiu a aulas dadas por Barrow, onde conheceu as obras de Galileu entre outros.
Nos finais de 1664 Atingiu as fronteiras do conhecimento matemático e estava pronto para realizar as suas próprias contribuições.
Após ter obtido o seu grau de Bacharel entre 1665/1666 voltou para a sua casa em Lincolnshire onde realizou quatro das suas principais descobertas: o teorema binominal, o cálculo, a lei da gravitação e a Natureza das cores.
O ano de 1666 foi considerado extremamente frutuoso para a história das ciências, sendo denominado por muitos historiadores “Annus mirabilisl”.
Newton concentrava-se em várias áreas de estudo, os seus interesses eram vários, Matemática, Filosofia Natural, Teologia e a Alquimia.
Como teólogo Newton acreditava no criador todo poderoso do Universo, no entanto fazia questão de entender por ele próprio o que na generalidade dos seus contemporâneos acreditava sem discussão.
Em 1667 Newton foi eleito Fellow do Trinity College e em 1669, com vinte e seis anos sucedeu a Barrow como professor de matemáticas, recomendado pelo próprio Barrow.
As suas primeiras lições foram sobre óptica onde expôs as suas próprias descobertas.



Em 1668 utilizou para observar os satélites de Júpiter e comprovar a universalidade da sua lei da gravitação universal um telescópio que ele próprio construiu.
Newton comunica o seu trabalho sobre telescópios e a sua teoria corpuscular da luz em 1672 dando assim origem á primeira de muitas controvérsias que acompanharam os seus trabalhos.
Newton no campo da matemática e das ciências não mediu esforços mas a sua maior obra foi sobre a exposição do sistema do mundo que originou a sua obra denominada ”Principia”.



Nos dois primeiros volumes desta obra conta toda a sua teoria incluindo a da gravitação e as leis gerais que estabeleceu para descrever as” leis de Newton” no terceiro volume trata as aplicações da sua teorias dos movimentos de todos os corpos celestes incluindo os cometas.
Durante muito tempo os vários ensaios de Newton sobre o cálculo foram desconhecidos, os únicos ensaios que tornaram conhecido o cálculo de Newton foram os seguintes:
1.     De analysi per aequationes numero terminorum infinitas tratado enviado em 1669 por Barrow à Royal Society em nome de "um amigo meu daqui que tem uma certa qualidade para tratar este assunto." O tratado circulou em forma de manuscrito por diversos membros da Royal Society. Planos de uma breve publicação foram apenas realizados em 1711. 
2.     Methodus fluxionum et serium infinitarum  tratado sobre fluxões, escrito em 1671 que não foi publicado durante a vida de Newton. Só em 1736/7 surgiu uma tradução em inglês. 
3.     Tractatus de quadratura curvarum tratado sobre quadratura de curvas escrito em 1693 mas publicado em 1704 como apêndice à Óptica de Newton.
4.     Principia continha muitas passagens relevantes expostas na forma geométrica em 1687.
Após a publicação dos seus trabalhos, os seus contemporâneos reconheceram a magnitude dos Principia ainda que apenas alguns conseguissem acompanhar o seu raciocínio, rapidamente o sistema Newtoniano foi ensinado em Cambridge e depois em Oxford.
Em França, a penetração das ideias de Newton não foi tão rápida. Mas é em França, passado meio século, que Newton encontra o seu maior sucessor, Laplace (1749-1827) que vai atribuir a si próprio a tarefa de continuar e aperfeiçoar os Principia.
Após ter escrito os Principia, Newton ocupa-se de outros assuntos. Em Janeiro de 1689, é eleito para representar a universidade na convenção parlamentar onde se mantém ate a sua dissolução em Fevereiro de 1690.
Em 1692 Newton adoece seriamente, tendo recuperado em finais de 1693 para satisfação dos seus amigos incluindo aquele que mais tarde se tornaria o seu maior inimigo, Leibinz.
Com efeito o cálculo torna-se conhecido no Continente mas o mérito era atribuído a Leibniz. As relações entre Newton e Leibniz eram cordiais, cada um reconhecia os méritos de cada um sem que houvesse a suspeita que algum tivesse roubado ao outro qualquer ideia do cálculo.                                                                                                                                                  
Em 1712 quando a ideia que Newton tinha construído algo monumental a questão de quem tinha inventado o cálculo torna-se um motivo de orgulho nacional, deste modo a Inglaterra acusa Leibnitz de ser um ladrão e um mentiroso.


Assim se inicia a célebre Controvérsia Newton-Leibniz, sobre a invenção do cálculo, esta controvérsia vai desgostar Newton e a consequência de tudo isto é a estagnação das matemáticas na Inglaterra.
Em 1699, Newton é nomeado Master of the Mint com a tarefa de reformar e supervisionar a cunhagem da moeda, Em 1701/2 é novamente representante da universidade de Cambridge no parlamento e em 1703 é eleito presidente da Royal Society, cargo honorário para o qual é sucessivamente reeleito até à sua morte. Em 1705 é investido cavaleiro pela rainha Anna. 
Após 1693 Newton não se dedicou mais á matemática desta forma e assim o cálculo das variações, uma das mais importantes aplicações do cálculo é desenvolvido por Bernoulli 1623-1759), Euller (1707-1783) e lagrange. (1765-1843). Apesar de newton ter sugerido este assunto ao calcular a forma de uma superfície de revolução que atravessa uma massa de liquido oferecendo uma resistência mínima.
Em 1699 Newton foi eleito sócio estrangeiro da academia de ciências francesas, poucas semanas antes da sua morte presidiu uma sessão da real society.

Newton faleceu a vinte de Março de 1727, entre a uma ou duas da manhã, durante o sono, com oitenta e cinco anos de idade. Foi sepultado no panteão de Londres junto aos reis de Inglaterra e teve direito ao elogio fúnebre oficial pronunciado pelo secretário da academia Bernard le Bovier.


Newton e a inquisição
Quanto á inquisição as suas descobertas na área da física não entraram em conflito com os textos bíblicos, por isso não teve de enfrentar nenhum problema com a igreja, já os seus antecessores, como Copérnico, Galileu e Kepler tiveram sérios problemas com os dogmas da igreja.


Inquisição
A inquisição era um tribunal eclesiástico que se destinava a defender a fé católica. Perseguia e condenava todos aqueles que fossem suspeitos de praticar outras religiões. Exercia também uma rigorosa vigilância sobre o comportamento moral dos fiéis e censurava toda a produção cultural bem como resistia fortemente a todas as inovações científicas. Na verdade, a Igreja receava que as ideias inovadoras conduzissem os crentes à dúvida religiosa e à contestação da autoridade  do Papa.

Dogmas
Um dogma, no campo filosófico, é uma crença/doutrina imposta, que não admite contestação. No campo religioso é uma verdade divina, revelada e acatada pelos fiéis. No catolicismo os dogmas surgem das Escrituras e da autoridade da Igreja Católica. No Catolicismo, o dogma é uma verdade revelada por Deus. Com isto o Dogma é imutável e irrevogável.



Conclusão
Isaac Newton nasceu em Inglaterra em 1642, ano em que morreu Galileu, o seu pai falecera pouco antes do seu nascimento, três anos mais tarde a sua mãe casou-se outra vez e Newton ficou ao cuidado da avó. 

Trabalhou junto com Leibniz na elaboração do cálculo. Durante a sua trajetória, descobriu várias leis da física, entre elas, a lei da gravidade.

As obras de Newton mostravam o seu claro conhecimento sobre questões filosóficas, religiosas, teológicas e também com a alquimia mas a sua grande obra foi o livro Principia considerado das obras científicas mais importantes do mundo.

Diante de todas as suas descobertas, que, sem sombra de dúvida, contribuíram e também ampliaram os horizontes da ciência, este cientista brilhante acreditava que ainda havia muito por descobrir. E, em 1727, morreu após uma vida de grandes descobertas e realizações.

Maria de Fátima Marques