Todas as religiões têm pontos fundamentais
e indiscutíveis aos quais chamamos de dogmas. Dogma é uma verdade, absoluta,
definitiva, imutável, infalível, inquestionável e absolutamente segura sobre a qual não pode pairar nenhuma dúvida.
Uma vez proclamado solenemente, nenhum
dogma pode ser revogado ou negado.
Assim sendo, os dogmas constituem a base inalterável de todas as
religiões e qualquer crente é obrigado e/ou dissuadido a aderir, aceitar e
acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável.
Existem milhares
de dogmas espalhados pelas diferentes e mais variadas religiões existentes por
todo o mundo. Dentro da religião católica romana existem vários dogmas, podendo
ser divididos por diferentes categorias, tais como:
·
Dogmas sobre Deus
·
Dogmas sobre Jesus Cristo
·
Dogmas sobre a criação do mundo
·
Dogmas sobre o ser humano
·
Dogmas marianos
·
Dogmas sobre o Papa e a Igreja
·
Dogmas sobre os sacramentos
·
Dogmas sobre as últimas coisas
Não mencionarei todos os dogmas, mas referirei alguns de cada categoria
acima mencionada.
Nos dogmas sobre Deus, posso dar como exemplo os seguintes:
- A Existência de Deus - "A ideia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhecê-lo com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra."
·
A
Unidade de Deus - "Não
existe mais que um único Deus."
·
Deus
é Eterno - "Deus
não tem princípio nem fim."
·
Santíssima
Trindade - "Em Deus há três pessoas: Pai,
Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência divina que é
numericamente a mesma."
Nos dogmas sobre Jesus Cristo posso salientar os seguintes:
·
Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus. - "O Pai celestial quando chegou
à plenitude, enviou aos homens o seu Filho, Jesus Cristo."
·
Cristo resgatou-nos e reconciliou-nos com Deus por meio do sacrifício de
sua morte na cruz - "Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício
apresentado sobre a ara da cruz na sua morte, para conseguir-nos o eterno
perdão."
·
Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso de entre
os mortos - "ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, levantou-se do
sepulcro."
Nos dogmas sobre a criação do mundo e sobre o ser
humano, e estes que especialmente entram em conflito com a ciência, mencionarei
os seguintes:- Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada - Deus criou o mundo e tudo o que nele existe, começando assim a vida na terra.
·
Criação
do ser humano – Deus criou o homem à sua imagem. Começou por criar
Adão e, seguidamente Eva, através de uma costela de Adão.
·
O
homem é formado por corpo material e alma espiritual - O humano é constituído por corpo e alma.
Sobre os dogmas marianos, ou seja, dogmas sobre Maria, é de salientar os seguintes:
·
A
Perpétua Virgindade de Maria -
"A Santíssima Virgem
Maria é virgem
antes, durante e depois do parto de seu Divino Filho, sendo mantida assim por Deus até à
sua gloriosa Assunção."
·
Maria,
Mãe de
Deus - "Maria, como uma virgem perpétua, gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o
sujeito nascido não tem uma natureza humana, mas sim o suposto divino que a
sustenta, ou seja, o Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que
subsiste na natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o
Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem."
- A assunção de Maria - Maria foi assunta em corpo e alma para a glória celeste após o término de sua vida terrena
Nos dogmas sobre o papa e a igreja podemos dar como exemplo
os seguintes:
·
A
Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo - "Cristo fundou a Igreja, e estabeleceu os fundamentos substanciais da mesma, no
tocante a doutrina, culto e constituição."
·
A infalibilidade papal - O Papa em comunhão com o Sagrado Magistério, quando delibera e define solenemente algo em matéria de fé
ou moral (ex cathedra), está sempre correto. Isto
porque, na clarificação solene e definitiva destas matérias, o Papa goza de
assistência sobrenatural do Espírito Santo, que o preserva de todo o erro.
Sobre os dogmas sacramentais, vou referir os seguintes:
·
O batismo - É o sacramento através do qual o
Sacrifício Pascal de Jesus Cristo se aplica às almas, tornando-as membros da
Igreja e abrindo o caminho da salvação eterna.
·
A
Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é
necessária para a salvação - "Basta indicar a culpa da
consciência apenas aos sacerdotes mediante confissão secreta."
Por
último, os dogmas sobre as últimas coisas:
·
A
Morte e sua origem - "A
morte, na atual ordem de salvação, é
consequência primitiva do pecado."
·
O
Purgatório - "As almas dos justos que no
instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por penas temporais
devidas pelo pecado vão ao purgatório. O purgatório é estado de
purificação."
·
O
Céu (Paraíso) e o inferno – "As almas dos justos que no
instante da morte se acham livres de toda culpa e pena de pecado entram no céu,
as que na mesma altura se encontrarem em situação adversa serão condenadas
através da ida para o inferno".
Os pontos fundamentais que sustentam estas crenças são defendidos com afirmações de que as mesmas só podem ser entendidas por aqueles iluminados pelo espírito santo, sendo isto também um outro dogma cristão.
Isto é útil para afastar os questionamentos daqueles que não estão
em consonância com essas ideias, pois estes não receberam as graças de Deus. É
bem sofisticado e engenhoso defenderem dogmas com outros dogmas. Se aquele que
não acredita no dogma não pode questioná-lo, quem o fará?
Estes dogmas têm vindo a serem usados pelos
líderes das religiões de forma a “controlar” os seus crentes e influenciar os
não crentes. Por definição, quem crê dispensa a necessidade de pensar mais
sobre o assunto.
Outro fator da existência de muitos dogmas
é a necessidade que o ser humano tem de acreditar em algo. O homem, em momentos
de maior angustia e aflição, principalmente quando a ajuda humana já não é
possível, recorre às forças divinas como última instância.
É
devido a estes e outros fatores que os dogmas religiosos têm vindo e
continuarão a perpetuarem-se no tempo.
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