quinta-feira, 5 de julho de 2012

Alimentos Geneticamente Modificados




O que são ?

Os organismos geneticamente modificados (OGM's), ou transgênicos, são aqueles que tiveram genes estranhos, de qualquer outro ser vivo, inseridos em seu código genético. O processo consiste na transferência de um ou mais genes responsáveis por determinada característica num organismo para outro organismo ao qual se pretende incorporar esta característica.

Um tomate concebido para se manter fresco durante muito tempo é um exemplo de um alimento geneticamente modificado. Milho concebido para resistir aos pesticidas é outro exemplo.

Os produtos alimentares geneticamente modificados são, por exemplo, tipos de plantas cujas características genéticas foram alteradas. Os cientistas ajustam as suas características introduzindo neles novo material genético, por exemplo, de uma bactéria capaz de resistir aos pesticidas.


Efeitos na saúde humana
PRÓS
Segundo Lydia Buchtmann, da Food Standards Australia New Zealand (FSANZ), os alimentos geneticamente modificados têm sido ingeridos em grandes quantidades na América do Norte há mais de 10 anos sem efeitos secundários – quase todo o milho, a canola e a soja consumidos nos Estados Unidos são geneticamente modificados.
Chris Leaver, professor emérito da Universidade de Oxford, explica que os testes aos AGM são, de longe, mais rigorosos do que os levados a cabo para qualquer outro alimento e que a possibilidade de elementos alergénicos entrarem na cadeia alimentar é «quase zero». Acrescenta ainda que as pessoas que sofrem de doença celíaca ou outras alergias podem beneficiar deste progresso, por exemplo, através de amendoins sem alérgenos.
CONTRAS
Estas garantias não convencem os opositores aos AGM. Louise Sales, da Greenpeace, acredita que se trata de uma tecnologia completamente diferente. «Agarrar em genes de outros organismos é uma coisa que nunca acontece na Natureza», explica. Com toda a tecnologia envolvida, existe um risco. Minúsculas alterações genéticas podem causar enormes mudanças ao organismo como um todo. Será que isso pode acontecer? A resposta, curta, é: ainda não sabemos.
Veja na tabela abaixo alguns benefícios e riscos da manipulação genética dos alimentos pelo homem:

O que a ciência sabe :
A introdução dos Organismos Geneticamente Modificados (vulgo OGM´s) na União Europeia é bastante recente (Diretiva 2001/18/EC). Não temos, portanto, o conhecimento suficiente para, duma forma inequívoca, garantirmos que, a médio ou longo prazo, estes não poderão vir a causar problemas ao ambiente e, até mesmo, à saúde dos consumidores, dado que a comercialização destes produtos se iniciou sem que tivesse decorrido um período suficientemente lato de experimentação. Os testes em laboratório e os ensaios de campo são muito limitados na avaliação dos possíveis impactos de plantações em maior escala e não há grupos de controlo para verificar se as pessoas que consomem OGM´s estão a padecer de doenças como enfraquecimento do sistema imunitário, alergias e doenças crónicas, como alguns suspeitam.
Segundo a nova conselheira científica da União Europeia (UE), Anne Glover, as evidências científicas, peças chave para suportarem a maior utilização de culturas e animais geneticamente modificados – desenvolvidos ao longo das últimas décadas na América do Norte – devem ser reconhecidas e superadas nas questões de segurança alimentar. Na sua primeira entrevista sobre o tema, a conselheira científica da UE denunciou que o debate sobre Organismos Geneticamente Modificados (OGM) na Europa é mais emocional do que científico.

Anne Glover é bióloga molecular e foi assessora do conselheiro científico da Escócia. Os OGM foram tema da sua investigação científica em sistemas biológicos e no ambiente. Glover declarou que os transgénicos revolucionaram os cuidados na saúde e a compreensão de doenças. Houve uma aceleração do conhecimento produzido sem paralelo na história através da utilização da engenharia genética, o que segundo a conselheira científica da UE é “fantástico”. Glover disse que “as pessoas na Europa estão ansiosas sobre as culturas e os animais geneticamente modificados e isso preocupa-me, porque não vejo evidências que sugiram que existem riscos substâncias associados”.
Olhando para a América do Norte onde se têm cultivado culturas transgénicas e se têm comido alimentos transgénicos, nos últimos 15 anos, e não se verificaram impactos negativos ao longo desse tempo. Existe grande quantidade de evidências sobre este os riscos relacionados com os OGM.
Como cientista, Glover explica que não pode dizer às pessoas que não existem riscos em comer plantas transgénicas, acrescentando que existe risco de comermos quaisquer que sejam os alimentos, porque existem riscos associados com a agricultura convencional, com a agricultura biológica ou qualquer outra forma de agricultura.
M.ª Natália Almeida


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