O que são ?
Os organismos
geneticamente modificados (OGM's), ou transgênicos, são aqueles que tiveram
genes estranhos, de qualquer outro ser vivo, inseridos em seu código genético.
O processo consiste na transferência de um ou mais genes responsáveis por
determinada característica num organismo para outro organismo ao qual se
pretende incorporar esta característica.
Um tomate concebido para se manter fresco durante muito
tempo é um exemplo de um alimento geneticamente modificado. Milho concebido
para resistir aos pesticidas é outro exemplo.
Os produtos alimentares geneticamente modificados são, por exemplo, tipos de plantas cujas
características genéticas foram alteradas. Os cientistas ajustam as suas
características introduzindo neles novo material genético, por exemplo, de uma
bactéria capaz de resistir aos pesticidas.
Efeitos na saúde humana
PRÓS
Segundo Lydia Buchtmann,
da Food Standards Australia New Zealand (FSANZ), os alimentos geneticamente
modificados têm sido ingeridos em grandes quantidades na América do Norte há
mais de 10 anos sem efeitos secundários – quase todo o milho, a canola e a soja consumidos nos Estados
Unidos são geneticamente modificados.
Chris Leaver, professor
emérito da Universidade de Oxford, explica que os testes aos AGM são, de longe,
mais rigorosos do que os levados a cabo para qualquer outro alimento e que a
possibilidade de elementos alergénicos entrarem na cadeia alimentar é «quase
zero». Acrescenta
ainda que as pessoas que sofrem de doença celíaca ou outras alergias podem
beneficiar deste progresso, por exemplo, através de amendoins sem alérgenos.
CONTRAS
Estas garantias não
convencem os opositores aos AGM. Louise Sales, da Greenpeace, acredita que se
trata de uma tecnologia completamente diferente. «Agarrar em genes de outros
organismos é uma coisa que nunca acontece na Natureza», explica. Com toda a tecnologia
envolvida, existe um risco. Minúsculas alterações genéticas podem causar
enormes mudanças ao organismo como um todo. Será que isso pode acontecer? A
resposta, curta, é: ainda não sabemos.
Veja na tabela abaixo alguns benefícios e
riscos da manipulação genética dos alimentos pelo homem:
O que a ciência sabe :
A introdução dos
Organismos Geneticamente Modificados (vulgo OGM´s) na União Europeia é bastante
recente (Diretiva 2001/18/EC). Não temos, portanto, o conhecimento suficiente
para, duma forma inequívoca, garantirmos que, a médio ou longo prazo, estes não
poderão vir a causar problemas ao ambiente e, até mesmo, à saúde dos
consumidores, dado que a comercialização destes produtos se iniciou sem que
tivesse decorrido um período suficientemente lato de experimentação. Os testes
em laboratório e os ensaios de campo são muito limitados na avaliação dos
possíveis impactos de plantações em maior escala e não há grupos de controlo
para verificar se as pessoas que consomem OGM´s estão a padecer de doenças como
enfraquecimento do sistema imunitário, alergias e doenças crónicas, como alguns
suspeitam.
Segundo a nova
conselheira científica da União Europeia (UE), Anne Glover, as evidências
científicas, peças chave para suportarem a maior utilização de culturas e
animais geneticamente modificados – desenvolvidos ao longo das últimas décadas
na América do Norte – devem ser reconhecidas e superadas nas questões de
segurança alimentar. Na
sua primeira entrevista sobre o tema, a conselheira científica da UE denunciou
que o debate sobre Organismos Geneticamente Modificados (OGM) na Europa é mais
emocional do que científico.
Anne Glover é
bióloga molecular e foi assessora do conselheiro científico da Escócia. Os OGM
foram tema da sua investigação científica em sistemas biológicos e no ambiente.
Glover declarou que os transgénicos revolucionaram os cuidados na saúde e a
compreensão de doenças. Houve uma aceleração do conhecimento produzido sem
paralelo na história através da utilização da engenharia genética, o que
segundo a conselheira científica da UE é “fantástico”. Glover disse que “as
pessoas na Europa estão ansiosas sobre as culturas e os animais geneticamente
modificados e isso preocupa-me, porque não vejo evidências que sugiram que
existem riscos substâncias associados”.
Olhando para a
América do Norte onde se têm cultivado culturas transgénicas e se têm comido
alimentos transgénicos, nos últimos 15 anos, e não se verificaram impactos
negativos ao longo desse tempo. Existe grande quantidade de evidências sobre
este os riscos relacionados com os OGM.
Como cientista,
Glover explica que não pode dizer às pessoas que não existem riscos em comer
plantas transgénicas, acrescentando que existe risco de comermos quaisquer que
sejam os alimentos, porque existem riscos associados com a agricultura
convencional, com a agricultura biológica ou qualquer outra forma de
agricultura.
M.ª Natália Almeida
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